Como pessoas ou profissionais, somos projeto
*título sugerido pelo Prof.Dr.Jacinto Jardim | Durante participação noa 34a Edição do Fórum de Empreendedorismo, representando o Senador Laércio Oliveira.
Falar sobre gestão de projetos é sempre uma grande alegria. Discutir esse tema essencial para qualquer empreendedor – e, na verdade, para qualquer profissional – é algo que me move, porque ele está diretamente ligado ao nosso dia a dia. Empreendedorismo e gestão de projetos compartilham um desafio comum: transformar uma visão em realidade, um sonho em algo concreto. O empreendedor, afinal, é um sonhador nato.
O que movimenta o empreendedor? A roda dos desafios e das oportunidades, que gira sem parar. O desafio gera a oportunidade, a oportunidade traz novos desafios. Mas para que essa roda funcione de forma eficiente, é preciso planejamento, estrutura e capacidade de execução. Afinal, um novo negócio segue uma lógica clara: nasce a ideia, ela entra na fase de planejamento, enfrenta desafios e, finalmente, alcança seu propósito. Para os gamers, essa dinâmica é familiar: entender o mapa, planejar a rota, passar pelas fases e chegar ao final do jogo. Mas onde a gestão de projetos se encaixa nessa jornada empreendedora?
Se você pensou em liderança, tomada de decisão e gestão de riscos, está no caminho certo. Mas pode acrescentar também flexibilidade, sustentabilidade e capacidade de adaptação. A liderança na tomada de decisões é um dos pilares mais importantes nesse processo, especialmente quando as informações são escassas ou os cenários incertos. Nessas situações, a liderança precisa ser estratégica, baseada na análise e na tomada de decisão inteligente.
Com mais de 25 anos no Sistema S, aprendi que não basta ter uma grande ideia ou um excelente projeto. Se você não conseguir engajar sua equipe e alinhar todos em torno de um objetivo comum, o projeto está fadado ao fracasso. Já vi muitas iniciativas fracassarem não por falta de qualidade, mas por ausência de clareza e alinhamento entre os envolvidos. E, claro, por falta de confiança na liderança.
Um bom gestor precisa saber negociar prazos, alinhar expectativas e resolver conflitos de maneira inteligente – sem autoritarismo ou imposições. Precisa tratar pessoas como pessoas. Uma equipe motivada e engajada trabalha com propósito e entrega resultados melhores. E para isso, a comunicação precisa ser clara: objetivos bem definidos reduzem a incerteza e melhoram o desempenho do time.
Lembro-me de um antigo chefe que dizia: “Nenhum projeto segue exatamente o plano original”. E essa é a mais pura verdade. Projetos precisam de adaptação. Os cronogramas sofrem alterações, o nome pode mudar, novas demandas surgem no caminho. O segredo é saber se ajustar sem comprometer a entrega final.
Já vivi incontáveis situações em que precisei adaptar estratégias no meio do caminho. Em eventos, por exemplo, imprevistos acontecem o tempo todo. Imagine um festival de música onde o cantor tem um problema no instrumento e não consegue entrar no palco. O que fazer? Ter um plano B é essencial. Da mesma forma, em uma transmissão ao vivo, sempre tínhamos uma imagem de backup pronta para entrar no ar caso houvesse um problema técnico. A capacidade de adaptação faz toda a diferença entre o caos e a solução.
E é aí que entra um conceito fundamental: a inteligência emocional. Líderes com altos níveis de inteligência emocional tomam decisões mais eficazes, gerenciam conflitos com mais habilidade e criam ambientes colaborativos e produtivos. Afinal, projetos são feitos por pessoas, e as pessoas são movidas por emoções. Um plano perfeito não adianta nada se a equipe não estiver engajada.
Empreender envolve riscos. Como dizem, “de empreendedor e louco, todos temos um pouco”. Mas há uma grande diferença entre assumir riscos calculados e agir sem planejamento. O primeiro é necessário, o segundo é um erro grave. Mapear riscos, mitigar danos e construir estratégias de defesa são passos fundamentais para a sobrevivência de qualquer projeto ou negócio.
No fim das contas, empreender e gerenciar projetos são duas faces da mesma moeda. O empreendedor precisa da disciplina do gestor de projetos, e o gestor precisa da ousadia do empreendedor. Sucesso não vem apenas da ideia ou do plano inicial, mas da capacidade de adaptação, da comunicação eficaz e da execução eficiente.
E aqui fica um último conselho: não centralize tudo. Compartilhe suas ideias, envolva sua equipe, aceite sugestões. Ninguém constrói nada sozinho. A gestão de projetos bem-feita, aliada a um bom planejamento estratégico, é a chave para transformar desafios em conquistas. E no fim, tudo dá certo – desde que você esteja preparado para se ajustar ao longo do caminho.
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